CRÍTICA : “MEU NOME É DOLEMITE” : O FILME É UMA BRASA, MORA? [CRÍTICA]

“A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de longe.”

                                                                                            Charles Chaplin

                                                                                                 

 

Estava assistindo à noite, a um episódio de “Outsider” – série baseada na obra de Stephen King e, de repente, me peguei cochilando, não pelo fato da série ser ruim (apesar do episódio estar realmente chocho) mas acho que o cansaço do dia me derrubou um pouco. Desliguei a TV e já me preparava para dormir quando vi na NETFLIX a comédia “Meu nome é Dolemite”, filme original da plataforma e estrelado por Eddie Murphy, que há muito tempo não dava as caras em uma produção de respeito. Pensei, “vou assistir uns minutos para ver se presta”, apesar de ter ouvido coisas bem positivas a respeito da produção – resultado, Achei fenomenal!!!

     O filme visita a biografia do multitalentoso Rudy Ray Moore, artista de stand up comedy dos anos 70, que usava rimas sujas e palavrões para tentar alcançar o show business. Acontece que o material altamente pornográfico e de baixo calão, era recusado pelos DJs da época, que não aceitavam tocar seus discos em nenhuma rádio. Com todas as portas fechadas, Rudy ou DOLEMITE, Pseudônimo que adotou para se apresentar, desenvolveu seu próprio estilo de vendas para divulgar o trabalho, incluindo o filme “Dolemite

Eddie Murphy arrebenta no papel do protagonista, incorporando o jeito e os trejeitos de Dolamite com maestria (digo isto pois assisti ao original de 75) e muita desenvoltura, afirmo, sem sombra de dúvidas, que este foi o melhor trabalho na carreira do ator.

A homenagem ao blaxploitation, corrente cinematográfica estadunidense surgida nos anos 70, na qual eram indispensáveis o protagonismo negro e a ambientação num universo repleto de estereótipos, tais como heróis badass, cafetões e prostitutas, foi mostrada em uma forma narrativa rítmica e pontual, não deixando gorduras e nem se estendendo em demasiado – tornando a história fluida e objetiva, além de muito divertida e caricata, marca registrada de Dolemite. Ao mesmo tempo em que a história homenageia o movimento citado, também homenageia o cinema alternativo, coisa que me fascina, pois mostra a criação de um filme dentro de um filme, bem como os bastidores, percalços, intrigas dentro do set de filmagem, enfim, produções que em seu lançamento não tiveram críticas positivas, mas ganharam o status de Cult.

Destaque para Wesley Snipes, que deu um show de interpretação ao viver o afeminado ator D´Urville Martin (1939-1984), que dirige e atua em Dolemite. Snipes está ótimo e muito caricato, entregando ótimos momentos ao longa, ao dirigir e atuar com má vontade e desdém. ESPETACULAR!

     O filme conta com figurinos maravilhosos da década de 70, fotografia e direção de arte impecáveis e uma trilha sonora estonteante. Meu nome é Dolemite irá agradar ao público em geral, especialmente quem é fã de Cinema! Se já assistiram, deixem nos comentários para trocarmos aquela ideia marota!!!!

NOTA: 8,5

Assista ao Trailer: 

 

 

 

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