CRÍTICA: “O HOMEM INVISÍVEL” – ÓTIMA RELEITURA DO CLÁSSICO DE 1933. [CRÍTICAS]

Por: Ricardo Árcoli   CRÍTICA SEM SPOILERS

Em 1897, o escritor H.G Wells, entregava a obra “O Homem Invisível”, um romance poderoso sobre um cientista que descobre uma maneira de tornar-se invisível, mas que acaba enlouquecendo após o processo.

A obra foi adaptada 36 anos depois, em 1933 para o cinema, e conquistou semelhante sucesso. Muitas adaptações depois e chegamos a esta ótima releitura com uma pegada High Tech super contemporânea, onde o foco não é o personagem título, mas sim, sua companheira que passa a ser a narradora de toda a experiência, que aqui meus amigos, é dolorosa demais!!!!

A trama acompanha Cecilia Kass (Elisabeth Moss) que vivia presa em uma violenta e controladora relação com um cientista brilhante, até que em uma noite escapa e desaparece, escondendo-se junto com sua irmã (Harriet Dyer), seu amigo de infância (Aldis Hodge) e a filha adolescente (Storm Reid) dele. Mas quando seu ex marido abusivo Adrian (Oliver Jackson-Cohen) comete suicídio e lhe deixa uma generosa parte da fortuna, Cecilia começa a suspeitar que a morte foi forjada. À medida que uma série de coincidências arrepiantes se tornam muito letais, ameaçando a vida daqueles que ela ama, a sanidade de Cecilia começa a enganá-la – e ela desesperadamente tenta provar que está sendo caçada por alguém que ninguém pode ver.

Este filme foi uma grata surpresa, pois não estava levando fé, mas quando começa, de cara somos arrebatados da poltrona e introduzidos em uma trama de terror psicológico onde a excelente Elisabeth Moss (THE HANDMAID´S TALE) nos passa a veracidade de alguém que sofre terríveis abusos verbais, físicos e psicológicos por conta do marido – sério, a mulher é um saco de traumas ambulantes e arrebenta na atuação! O suspense aqui é criado inicialmente através de coisas simples como o jogo de câmera que explora os ambientes com uma calma spectral, onde ficamos com a sensação de que algo vai acontecer ou que o FDP do Homem vai fazer algo com os móveis ou com algum utensílio de cozinha, e, no final, nada acontece, ou seja, não foi preciso usar Jump Scares batidos – ponto super positivo!

Os efeitos especiais estão ótimos e unidos mais uma vez com a ótima interpretação de Moss, tanto no lado dramático quanto no lado corporal, deixam a coisa real demais. Os ataques do Homem em cenas de luta, os objetos se movendo ou pendendo no ar (como facas, armas de fogo e até pratos) ficaram fantásticos.

A direção ficou por conta de Leigh Whannell, que atuou e ajudou a roteirizar o primeiro “Jogos Mortais “e que aqui não faz feio, abusando de planos abertos e recheados de vazio/amplitude para dar a impressão de que a personagem principal estaria sempre sendo observada, e planos sequência ao melhor estilo James Wan (os caras são Brothers por trás das câmeras) dão aquela tensão constante na produção.

Tiveram alguns erros e o terceiro ato não me convenceu muito, pois quando o fator suspense saiu e entrou mais a ação, o filme acabou perdendo força mas não a essência.

“O Homem Invisível” é uma crítica social pesada ao dias atuais, os relacionamentos conturbados, a falta de empatia com o próximo e a não aceitação de muitos homens pelo fim dos seus relacionamentos, nos quais as mulheres se sentem sufocadas, criando traumas e as consequências irreversíveis. Infelizmente o tema abordado no filme é recorrente, fazendo com que mulheres paguem o preço com a sua própria vida.

 

Título: The Invisible Man (Original)

Ano produção: 2020

Dirigido por: Leigh Whannell

Estreia  :27 de Março de 2020 ( Brasil )

Duração: 125 minutos

Classificação:  14 – Não recomendado para menores de 14 anos

Gênero  :Terror

País:Estados Unidos da América

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