MORRE AOS 83 ANOS, O CINEASTA E ATOR, JOSÉ MOJICA MARINS – O ZÉ DO CAIXÃO! [NOTÍCIAS]

Por : Ricardo Árcoli

O cinema de terror brasileiro, quero dizer, o bom cinema de terror brasileiro, perdeu hoje o seu maior expoente por conta de uma broncopneumonia. José Mojica Marins, ou “Zé do Caixão” ou ainda “Coffin Joe”, título americano dado ao personagem que por lá, foi imensamente mais valorizado que aqui, era um cineasta, ator, roteirista de cinema e televisão brasileiro. É considerado o “pai” do terror nacional, tendo sua obra grande importância para o gênero, influenciando várias gerações.

A morte foi confirmada pela filha de Mojica, a atriz Liz Marins, nesta quarta-feira (19). Ele morreu às 15h46, no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo. O cineasta estava internado desde o dia 28 de Janeiro. O velório deve acontecer no Museu da Imagem e do Som (MIS). Mojica deixa sete filhos.

Mojica dirigiu 40 produções (e apesar de ser conhecido como o mestre do terror nacional, trabalhou com outros gêneros, como aventura, faroeste e pornochanchada). Ele também influenciou o movimento do cinema marginal nos anos 1960 e atuou em mais de 50 filmes.

Fundou sua própria companhia cinematográfica Atlas, onde passou a produzir filmes amadores. Seu primeiro longa foi “A sina do aventureiro”, de 1958. Mas foi em 1964, que Mojica deu vida a um de seus mais marcantes e emblemáticos personagens quando teve um pesadelo em que um homem de capa preta o arrastava para um túmulo – nascia então “Zé do Caixão.”

A primeira aparição do Zé do Caixão no cinema foi em “À meia-noite levarei sua alma”, de 1964. Nos Estados Unidos, ele ficou conhecido como “Coffin Joe”.

 

A HISTÓRIA DE ZÉ DO CAIXÃO

     Josefel Zanatas era o nome verdadeiro de Zé do Caixão. O coveiro era filho de um casal dono de uma rede de agências funerárias.

Por isso, o pequeno Zé do Caixão cresceu como uma criança muito sozinha e discriminada pelos colegas por causa da profissão dos pais.

Zé do Caixão é um “homem sem crenças, não acredita em Deus nem no Diabo, só acredita nele mesmo, acha que é o único que pode fazer justiça”.

Nos anos 90, apresentou um programa de terror na bandeirantes intitulado “Cine Trash” (eu adorava assistir) onde lançava a famosa “Praga do dia” após apresentar o filme da vez – era bom demais!!!!

Ele também comandou um programa de entrevistas no Canal Brasil, “O estranho mundo do Zé do Caixão”, que estreou em 2008 e teve sete temporadas.

 

Em 2014, José Mojica sofreu um infarto e passou por uma angioplastia e colocou três stents (bubos de metal para melhorar o fluxo sanguíneo da artéria) no coração. Depois voltou a ser internado por causa de complicações renais e a partir daí, se manteve afastado da mídia. Seu último trabalho foi a conclusão da trilogia do mal, que teve início com “À MEIA-NOITE LEVAREI SUA ALMA”, “ESTA NOITE ENCARNAREI NO TEU CADÁVER” e “ENCARNAÇÃO DO DEMÔNIO”.

(Foto recente tirada em Dezembro do ano passado)

 

     Tenho a coleção das produções mais marcantes deste artista e lamento profundamente que nós fiquemos sem o talento marginal de um homem que subverteu todos os padrões em uma época em que fazer cinema no Brasil não passava de Utopia e cinema de terror, não era visto com bons olhos! DESCANSE EM PAZ, coveiro das almas!!!!!!!

 

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